segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Ciberativismo e Mídias Alternativas

Uma nova abordagem do fazer comunicativo
Mídias alternativas para uma nova visão de comunicação

Thomas Downing, em seu livro "Mídia Radical", utiliza a expressão mídia radical para definir aquela mídia que expressa uma visão alternativa às políticas, prioridades e perspectivas hegemônicas, o que nós chamamos comumente de mídia alternativa.


Atualmente, encontramos no ciberativismo um canal para disseminar essa visão alternativa que busca enxergar por fora da caixa que os meios massivos de comunicação criam para a população. O Centro de Mídia Independente - CMI, é uma das visões que abraçaram o mundo web para expressar sua visão de mundo. Podemos ver em seus vídeos e em sua história meios de atingir um público ativo com recursos mínimos

Arlindo Machado, em seu prefácio ao livro de Downing, afirma que no Brasil, as teorias da comunicação passam uma visão da mídia como instituições monolíticas, controladas inteiramente por poderosos setores das elites e comprometidas com os interesses do capitalismo global. Essa visão é limitada visto num ângulo mais operativo, voltado para o entendimento da real inserção das mídias na vida contemporânea. A consequencia é que perde-se a realidade, reduzindo toda a riqueza do objeto de estudo (a informação) a uma simples abstração intelectual.

A mídia radical, alternativa, tendo seus recursos reduzidos e sendo perseguidos e até condenados à cladestinidade, fazem explodir os bloqueios oficiais à expressão pública, dando voz às opiniões discordantes e minoritárias. O pensamento sobre a associação das práticas midiáticas aos movimentos sociais reivindicatórios ainda estão engatinhando. O pouco que se fez foi desautorizado pelo pensamento dominante.


Podemos ver na história do CMI a tentativa explícita de quebra desses bloqueios oficiais.

Outra questão importante: A inserção de temas para o debate público feitos pelas próprias mídias hegemônicas. No Brasil, essas mídias ditam as questões que em seguida serão discutidas em todos os âmbitos sociais, inclusive os intelectuais. Isso mostra a força deste tipo de mídia. Precisamos saber quando nos tornamos incapazes de colocar os nossos próprios temas e nos restringimos à tarefa secundária de intervir num debate desencadeado pelas mídias hegemônicas.

A avalanche de discursos sobre temas oficialmente impostos impede de apontar para outras experiências, possivelmente mais luminosas. É o efeito bola de neve. A leitura crítica, nesse momento, não promove o objeto nem contribui para levantar seus índices de audiência (participando, assim, do efeito bola de neve), mas desvia o foco para as questões que realmente importam.

"Ibopização": aceitação acrítica do pressuposto de qe só vale a pena falar daquilo de que todos já estão falando e ver aquilo que todos já estão vendo. A consequencia é a despolitização do debate. É necessário propor alternativas qeu viabilizam as mudanças, não utilizando apenas o discurso retórico para apontar as críticas.

Pensar a mídia radical como um processo ao mesmo tempo social, estético, cognitivo e tecnológico, onde produtores e receptores são os mesmos sujeitos sociais, lançando uma luz sobre novas discussões. As formas alternativas de mídia dão expressão às tendências mais avançadas da cultura popular, pressuponto um público que elabora, ele próprio, seus produtos, em lugar de apenas absorver apssivamente as mensagens disseminadas pela grande mídia.

Conceito de audiência ativa: massa qualitativa de pessoas que mantêm uma relação dinâmica com determinados movimentos sociais, constrituindo uma esfera pública alternativa.

Fonte: "Mídia Radical", Thomas Downing. Utilizado para apresentação do seminário.

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